Estamos na Era da Tecnologia. As mídias sociais invadem nossas vidas, as pessoas, além de terem telefone fixo, ainda têm mais de uma linha móvel. Hoje não tem como justificar, nem dar desculpas por não contatarmos mais aquele amigo ou amiga, não temos mais como justificar o fato de perder o contato com o outro só porque se mudou. Toda esta tecnologia, desenvolvida para aproximar as pessoas, na verdade tem contribuído para afastá-las, e sem ter com quem manter relacionamentos sólidos, as pessoas tem se isolado e o que temos visto é o número cada vez maior de pessoas depressivas. Em pleno XXI, diante de tantas ferramentas criadas para cultivar amizades, o que temos visto são pessoas doentes pela falta de amigos, recorrendo aos consultórios para abrir o coração e procurar sanar suas angústias com o "amigo-terapeuta". Quando na verdade, a Bíblia nos ensina, ou melhor, Jesus nos ensina que ter amigos é essencial para a nossa existência, e, principalmente para o nosso crescimento e cumprimento das promessas de Deus para nossas vidas.
A Amizade
como chave para o nosso crescimento.
Passagem Bíblica: Mateus 26: 17 ao 50.
Podemos dizer que no ciclo de vida de uma amizade, temos três fases que se destacam. Nesta passagem identificamos claramente estas três fases. São elas:
1ª Fase – Fase da Festa e da Celebração.
2ª Fase – Fase da Tormenta.
3ª Fase – Fase da Decepção.
É caracterizada por aquela fase em que a relação está indo de vento e polpa. Tudo é motivo de alegria e de festa. É o período em que as pessoas fazem de tudo para estarem mais próximas, para estarem sempre juntas. Se falam co freqüência diária, têm sempre um motivo para fazerem uma programação. Surgiu uma comemoração, uma celebração, um aniversário na família: Fulano não pode deixar de vir, seria falta gravíssima.
A Páscoa, de acordo com instruções do próprio Deus lá no AT, deveria ser uma celebração em família, e se esta fosse pequena, deveria convidar os vizinhos (pessoas mais próximas/ chegadas), pois não era permitido sobrar a carne do cordeiro, então tinha que ter gente suficiente para comer sem deixar sobrar pro dia seguinte. Esta Páscoa, agora substituída pela Ceia do Senhor, representa a fase da festa e da celebração numa amizade. Quando você e aquele amigo(a) estão tão próximos que você faz questão de tê-lo presente em todos os momentos de sua vida e principalmente nas ocasiões especiais. Você tem segurança em confiá-lo alguma tarefa importante, assim como Jesus ao incumbir a Pedro e João _que segundo a bíblia eram seus amigos íntimos juntamente com Tiago_ de irem preparar a Ceia. Você não vê problema algum em comerem juntos no mesmo prato, como vemos no versículo 23 Judas comendo com Jesus. É interessante que, segundo estudos bíblico, o hábito de mergulhar o pão na mesma vasilha de molho indicava confiança e intimidade, e a palavra grega para “beijou” no o versículo 49 indicava mais que um cumprimento casual, Judas cumprimentou Jesus com o carinho e fervor de amigos íntimos, o que indica que ele estava no rol dos amigos mais chegados de Jesus junto com Tiago, Pedro e João.
É aquela fase em que bate a dificuldade. Uma situação desagradável surge na sua vida e o outro está ali te amparando, presente neste momento tão difícil. Seja dispondo o ombro pra você chorar, seja liberando palavras de consolo, ele não te abandona neste momento em que você mais precisa.
Voltando ao texto bíblico, depois de comerem e beberem até entoaram um cântico, que provavelmente foi o salmo 118, pois era costume entoarem os salmos 113 e 114 antes de comerem a Ceia, e os salmos 115 e 118 depois de comerem. Então, depois de alegremente entoarem o salmo 118, este que começa e termina declarando: “Louvai o Senhor porque Ele é Bom, e a sua Benignidade dura para sempre”, eis que o tempo se fecha. Uma escura e pesada nuvem paira sobre Jesus e Ele se vê atemorizado não só pelos eventos que se sucederiam, mas principalmente pelo abandono dos seus amigos. Então ele exclama: TODOS vocês me abandonarão. Verbalizando o temor do seu coração, Ele é consolado por Pedro: Ainda que todos te abandonem, eu não te abandonarei. Quando somos abandonados por todos, temos a esperança de que aquele amigo não no deixará na mão, e de fato, neste primeiro momento, ele está ali presente.
O nome já diz. É caracterizada por aquela fase em que você mais do que nunca precisou do outro, e ele não correspondeu às suas expectativas. Vem a decepção e agora você precisa escolher entre superar esta frustração ou então desistir desta amizade. Naquele primeiro momento, ele estava lá te consolando e demonstrando apoio emocional a você. Mas novamente vem uma situação difícil, desta vez bem pior, só que aí ele se esquiva de te amparar.
Voltando ao texto, a partir do verso 37, vemos que Jesus chamou os seus discípulos para orarem com ele, e destes, convocou os seus amigos mais chegados para irem além, para ficarem mais perto dele. Era um momento muito amargo para Jesus, e ele chega a abrir o coração dizendo: A minha alma está tomada de profunda tristeza até a morte. E então Jesus vai orar, mas quando volta uma hora depois (vers. 40), encontra-os dormindo. Imaginem a decepção de Jesus. Três homens cuja profissão era a pescaria, acostumado a passaram madrugadas e madrugadas acordados pescando, não conseguiram permanecer uma horinha sequer intercedendo por Ele, mesmo ele tendo dito que estava profundamente triste. Mas Jesus volta a orar, dando uma segunda chance, e volta e encontra-os dormindo de novo... E Jesus dá uma TERCEIRA chance e o mesmo se sucede. Foram três vezes que eles decepcionaram Jesus, foram três chances, três oportunidades de acertarem. Porém nenhum deles o surpreendeu positivamente. Assim também acontece conosco, mas diferentemente de Jesus, nós não damos 3 chances de redenção, é na primeira mesmo. No máximo damos uma segunda chance e pensamos, se errar de novo, não vou dar chance para uma terceira. É assim irmãos, na primeira e no máximo na segunda decepção que já largamos de mão, perdemos a confiança e abandonamos aquela amizade. Sabem o que eu aprendo com Jesus, que não basta uma chance, mas duas, três e até 70 vezes sete se for preciso. Jesus quer nos ensinar que os erros nos aperfeiçoam e nos fortalecem. Se eu errei com você e você comigo, temos a capacidade de passar por cima, e na próxima tormenta estaremos mais fortalecidos e ajudando um ao outro. O que é melhor, passar pela tormenta sozinho ou com alguém te dando apoio? Eu prefiro passar com alguém do meu lado.
Deus é um Deus de relacionamento. Quando ele viu Adão sozinho no jardim, logo percebeu que ele precisava de uma companheira e ajudadora. Semelhantemente quando Jesus foi iniciar seu ministério apostólico, tratou logo de escolher 12 companheiros e ajudadores. São duas instituições poderosas nas mãos de Deus, a família e a amizade, e o inimigo tem investido para destruí-las. Abalar as relações é uma estratégia de Satanás para destruir a igreja, eu e você. Com pessoas enfraquecidas, a Igreja, o Corpo de Cristo não cresce, porque só tem pessoas fracas e doentes.
Não existe auto-suficiência! _ Eu e Deus já está de bom tamanho, não preciso de mais nada nem ninguém. Vou à igreja, alimento-me da Palavra, e volto pra minha casa, meu esconderijo seguro onde ninguém me atormenta. Isto é estratégia de Satanás para destruir sua vida. Nos relacionamentos somos feridos, nos relacionamentos somos sarados. Não dê por encerrada uma amizade na primeira decepção. Perdoe, chame pra conversar e orar juntos a respeito. Busquem juntos orientação do Senhor para vencerem as limitações que tem provocado as brigas e as mágoas. Na maioria das vezes são mal-entendidos. Não permita que Satanás destrua os laços de amizades que nasceram antes de tudo no coração de Deus para proporcionar o seu crescimento e do outro. Estudando sobre o perfil dos discípulos, descobri que Jesus escolheu os de temperamento mais difíceis para serem seus amigos mais chegados. Você não acha que foi exatamente com eles que Jesus teve os mais valiosos aprendizados? Que Ele mais cresceu e aprendeu?! O que amola o ferro é outro ferro, então se você quer ser um instrumento, uma espada, bem afiada nas mãos de Deus, precisa ser amolado em outra espada. Fugir das amizades “espinhosas” só vai impedir o seu crescimento como ser humano e espiritual.
Para encerrar, em Provérbios 17:17 está escrito: “Em todo o tempo ama o amigo, e na angústia nasce um irmão”. O texto é bem claro: “em TODO o tempo”. Não é só nos tempos bons e felizes não, é nos tempos ruins também... na hora da escassez, na hora da doença, na hora da rebeldia, na hora da decepção e da vontade de abandonar a amizade etc. Pois só depois de passarem juntos por todas essas fases, é que você vai saber que ele realmente é um amigo, na verdade você ganhou um IRMÃO.
Ir. Renata Pio
Igreja : Comunidade Evangélica da Zona Norte
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